BLOG EDUCACIONAL

Carmelina Rinco

27 de março de 2025

Perfil Socioeconômico das Famílias da Escola Carmelina de Castro

A Escola Carmelina de Castro realizou um levantamento socioeconômico com as famílias de nossos alunos para compreender melhor o perfil da nossa comunidade escolar. A pesquisa contou com 129 respostas e nos trouxe informações importantes sobre a realidade dos estudantes e suas famílias. Esses dados podem orientar estratégias pedagógicas e assistenciais para atender melhor às necessidades da comunidade.



Análise dos dados


Analisando os dados, tivemos distribuição uniforme entre os anos, sendo que cerca de 3/4 das famílias tem como responsáveis legais ambos mãe e pai, com 46,5% deles tendo entre 31 a 40 anos e 34,9% entre 41 a 50 anos, um envelhecimento quando comparado com os dados de 2023, onde tínhamos 49,2% dos responsáveis entre 31 a 40 e 29,6% entre 41 a 50.

Na escolaridade, observa-se um aumento na desigualdade entre os responsáveis, com o ensino superior completo e pós-graduação avançando de 8% e 6% respectivamente para 15,5% e 7,8%, e o nunca estudou e ensino fundamental incompleto indo de 0% e 11,1% para 0,8% e 13,2% respectivamente.

O ramo profissional observado foi sobretudo no comércio e serviço (41,9%), seguido do lar (21,7%), com cerca de metade das famílias tendo 2 pessoas contribuindo com a renda mensal e 40,3% com apenas 1, sendo que a renda mensal da família se mostrou uniformemente distribuída nas faixas até 1, de 1 a 2, de 2 a 3, de 3 a 4 e acima de 4 salários mínimos.

Das famílias, cerca de 1/4 recebe auxílio do governo, com a Bolsa Família sendo o mais presente.

A maioria das famílias não possui nem computador nem impressora, com mais da metade dos responsáveis utilizando as redes sociais (54,3%), seguido da televisão (32,6%) como principais fontes de informação.

Com relação à residência, a maioria mora nos entornos da escola, com predominância do Jardim Cristina, Parque Universitário, Vila Aeroporto, Recanto do Sol e Jardim Uruguai.

Nas casas moram em média de 3 a 4 pessoas, com 51,2% das/dos estudantes se autodeclarando de raça/cor negra* (41,9% parda e 9,3% preta), 48,1% branca e os demais amarela, demonstrando aumento na autodeclaração de raça/cor negra de 2023 (43,7% pardo e 6% preto), sem no entanto aparecer indígena nas respostas de ambos os anos.

A religião predominante observada foi o Cristianismo evangélico (46,5%) e católico (32,6%), com 8,5% se declarando sem religião, 7,8% outras, 3% Espiritismo e 3% Umbanda.

Como assunto mais discutido em família, a educação perdeu relevância quando comparado a 2023, indo de 50,3% para 31%, crescimento este observado no item outros, indo de 10% para 34,1%.

Como principal forma de lazer temos como respostas as famílias indo em parques (34,9%) e no shopping (27,1%).


Conclusão


A pesquisa socioeconômica realizada pela Escola Carmelina de Castro permitiu um mapeamento detalhado das características das famílias que compõem a comunidade escolar. Os dados coletados demonstram a diversidade racial, religiosa e econômica dos alunos e seus responsáveis, além de revelar padrões de residência, acesso à informação e condições de vida.

A predominância de responsáveis em idade economicamente ativa (31 a 40 anos) e a concentração da renda em até dois salários mínimos reforçam a necessidade de políticas de apoio que considerem a realidade socioeconômica das famílias. A baixa posse de computadores e impressoras evidencia possíveis desafios para o ensino digital, enquanto o uso predominante das redes sociais como fonte de informação sugere um caminho para maior engajamento da escola com as famílias por meio desses canais.

* Conforme convenção do IBGE, no Brasil, negro é quem se autodeclara preto ou pardo, pois população negra é o somatório de pretos e pardos.
Escrito por Acauã de Oliveira; Yeda Endrigo

Orientação de Yeda Endrigo Rabelo de Carvalho

Deixe-nos sua opinião sobre o artigo.